sábado, 21 de janeiro de 2012

"Busco a perfeição através do simples"

Se apresentarmos o nosso entrevistado de hoje do 3 por 4 como Rodrigo Vieira Emereciano, certamente, poucos leitores conhecerão, até porque as fotos, ou melhor, caricaturas que ilustram essa entrevista também não ajudam muito no reconhecimento do personagem. 

Mas o nosso convidado desse domingo é o intérprete de um dos humoristas de rádio mais famosos do país: Mução. O trabalho de Rodrigo começou de forma tímida, numa rádio local da cidade. Hoje o humorista leva Mução para mais de 100 rádios de todo o país. O programa diário tem como ponto alto as famosas "pegadinhas", mas vão muito além disso. 

A busca de Rodrigo é inovar. Coloca no ar rádios novelas, entrevistas e shows com artistas, mas também percorre, literalmente, parte do país com seu programa. A empreitada mais recente foi o "Mução Verão", onde ele apresentou o programa cada dia de uma praia diferente.  Rodrigo apresenta Mução como o "cabra mais desmantelado do que carreira de cabrito brabo".

Já o artista Rodrigo se mostra um humorista focado no rádio, preocupado com inovações e um empresário arrojado, que hoje não é ligado a nenhuma rádio, mas comercializa seu programa para muitas emissoras. O cuidado com o "Mução" é tanto que Rodrigo evita ser fotografado. Prefere se manter no anonimato para assim ter uma entrada mais tranqüila nos lugares, ir buscar no foco as inspirações do personagem. E é por não permitir fotos, que essa entrevista é ilustrada com as caricaturas de "Mução". Simplicidade parece ser a palavra de ordem no trabalho de Rodrigo. Ele confirma que continua a buscar inspiração e conhecimento nos lugares simples como feiras e eventos populares. "O simples é o genial. Busco a perfeição através do simples", filosofa.

O entrevistado que você conhecerá a seguir vai muito além de um humorista, é um artista simples, um potiguar que demonstra orgulho pelas suas origens, um jovem apaixonado por rádio. Confira:

Quem é Mução?
Mução é o cabra mais desmantelado do que carreira de cabrito brabo. É um cara bonito, cheiroso e gostoso, calçando 40, dinheiro no bolso, cabelo no sovaco folheado a ouro e muito amor para dar

Você diria que ganha dinheiro "malhando" dos outros?

Mução é um tirador de onda. As pessoas gostam disso porque a quantidade de fax e e-mails que a gente recebe mostra isso. As pessoas do Sul e Sudeste, onde nós estamos entrando com força agora, ficam impressionadas. Lá (no Sul e Sudeste) eles não conseguem fazer pegadinha; não fazem como a que a gente faz porque o nosso tem o diferencial do apelido. Mução é um tirador de onda, ele observa e através da observação na feira, no interior, na capital, ele coloca no programa, lança bordões, estilo musical, cria apelidos. Nosso programa é de variedades, entretenimento e com o ponto alto na pegadinha.

A pegadinha em rádio não é novidade, mas o modelo adotado por você, brincando com o apelido, é novo no modelo. O intérprete de Mução teria descoberto um novo filão dentro do próprio humor?
Isso sempre deu muito certo. A pegadinha na televisão já foi feita, no rádio também. O diferencial é que temos vários estilos de pegadinha. O apelido é o grande diferencial. E o outro diferencial é essa coisa da molecagem nordestina, o humor nordestino que o sulista gosta. O pessoal do Nordeste é um grande consumista do nosso programa. Como começamos das 16h às 19h é um happy hour que a pessoa tem de graça. O cara está voltando para casa cansado, estressado porque o cheque voltou, a sogra está de volta em casa, o trabalho que não deu tempo para fazer e aí escuta nosso programa. É um momento de descontrair, esquecer o problema e sorrir.

As "pegadinhas" que você faz só são boas porque as pessoas "caem" . Você não teme que os ouvintes comecem a ficar precavidos e sua "fórmula" acabe?  
Temos uma quantidade muito grande de fax, carta e e-mail. Nossa produção tem experiência nisso. Temos um estúdio só para isso. A gente só em ler já sabe quando o apelido é bom, o cara é pegador de ar e a gente vai assim fazendo as pegadinhas. A quantidade que temos em estoque é muito grande. O que tenho de estoque dariam 2 anos de pegadinhas. É uma quantidade enorme porque as pessoas gostam e o interessante é que é sempre uma pessoa muito próxima. A pessoa fica com raiva, mas sempre libera para a gente exibir. É uma festa mesmo. O programa não é só a pegadinha, muita informação, notícia com arremate de humor, política, várias outras sátiras. Voltamos com o rádio novela no rádio. Estou muito satisfeito trazendo o jovem para escutar rádio porque só tem duas coisas que vão tão longe: o rádio e o jumento.

A brincadeira de humor do natalense Rodrigo chegou muito longe, hoje você atinge mais de 100 rádios com seu programa.
É verdade. Fizemos o Mução Verão aqui no Rio Grande do Norte e percorremos desde Tibau até Pipa e procurei colocar no ar nomes daqui. Colocamos banda como Perfume de Gardênia que é daqui. A gente tem músicos maravilhosos, Dorgival Dantas que é um dos melhores compositores do Brasil. Temos Cavaleiros do Forró. Fico feliz nesse meio. Perdemos esse ano Davi Cunha, mas o Rio Grande do Norte tem muita coisa boa. E acho que é uma responsabilidade grande da nova geração de rádio. Nós  tiramos o rádio dos estúdios, vamos para o Pan no Rio de Janeiro, fomos para a Copa do Mundo. Lá (na Copa) trouxemos uma visão diferente do que é Copa do Mundo. Para mim é uma responsabilidade grande porque o Rio Grande do Norte é a melhor escola de rádio do Nordeste.

Por que você afirma que aqui é a melhor escola de rádio?
Porque aqui no Rio Grande do Norte as rádios são redondas, a plástica, os comunicadores, a gente tem, sem sombra de dúvida, os melhores comunicadores do Nordeste. É uma escola grande de rádio, gente que faz história no rádio. E é uma responsabilidade de manter isso. O nosso Estado é o melhor do Nordeste.

Você envia seu programa para mais de 100 rádios via satélite, não sofre problema com a pirataria, de rádios "puxando" para exibir ilegalmente?
Enfrentamos isso porque o sinal de satélite é aberto. Se o cara tiver um equipamento ele abre e coloca o nosso sinal.

Aliás, suas piadas também já são comercializadas no mercado de CDs piratas.
Acho que a pirataria é uma coisa normal, não tem como conter. Tem o lado bom e ruim. Ruim porque o compositor ganhava pela venda de CD, hoje já não ganha mais nada. A música perde em qualidade porque o compositor já não vai compor mais nada. O lado bom é porque o meio de divulgação é muito mais rápido. E o lado bom é porque faz com que as grandes gravadores repensem no valor. Comprar um CD por R$ 30 ou R$ 50 não é possível. A pirataria tem a melhor logística, inclusive vende na praia e tudo. Não defendo a pirataria, mas tem que ver o ensinamento que isso traz para as gravadoras baixarem preço, reverem o valor de mercado. A pirataria mantém tráfico de arma, droga, grandes pessoas que mantém tudo isso aí. Movimentam fortunas com isso.

Com o seu programa que perfil de nordestino você está levando para o Sul e Sudeste?
Nós já tínhamos entrado outras vezes em São Paulo. Inclusive hoje fazemos sucesso em uma rádio do grupo Digênio, que é só de poprock. Na Hora do Mução nós batemos a Jovem Pan. Somos sucesso lá em rádio que toca poprock, conseguimos audiência do paulistano e a rádio conseguiu audiência do nordestino que não ouvia a rádio.

Você não teme que o ouvinte "enjoe" do modelo do Programa do Mução?
Acho que a gente tem sempre responsabilidade de inovar para o público que é quem nos paga. Sempre digo que nosso patrão é o ouvinte, ele que nos paga e a gente sempre está com grandes projetos. Gosto do tudo diferente. Mução no São João é óbvio. Não gosto do nada óbvio. Por isso fizemos o Mução na Copa, agora estamos com o Mução no Verão, indo até Salvador, grandes entrevistas estamos fazendo, levando cantores como Jammil, Ivete Sangalo, temos coisa nova de sempre colocar na rua a rádio. Queremos levar (o programa) para junto de quem nos ouve, mostrar como é feito o rádio. Estamos com um grande projeto que é, além da casa no ônibus, fazer (um ônibus) três em um estúdio, estrutura de som e casa.

É melhor ficar só como apresentador humorista, como estava antes, ou como humorista e empresário?

É mais responsabilidade. Tudo tem seu peso, seu custo. A gente deixa de ser só o comunicador e a gente tem empresa, que é a RVE (Rádio, Vídeo e Entretenimento). Temos 10 pessoas rodando conosco. Lá em Recife ficaram mais 12 pessoas. Temos uma equipe muito grande, sempre pensando na marca, no programa. É complicado porque eu tenho que tirar o tempo para ver outras coisas, mas é gostoso. São novos desafios.




 ENTREVISTA REALIZADA PELO JORNAL "TRIBUNA DO NORTE" EM 11 DE FEVEREIRO DE 2007

Pegadinha do Mução - Casca de ferida


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Pegadinha do Mução - Golpe do celular


Dessa vez sobrou até pra os presidiários !

"Prosa" com Mução

"Cascavel do Rabo Fino"


Rodrigo, travestido de Mução: ele é filho da nova "leoa"


A nova secretária da Receita Federal, Lina Vieira, é pouco conhecida, mas Rodrigo, seu filho, é um sucesso. Ele é Mução, o personagem de rádio que usa apelidos para passar trote nos ouvintes. Seu programa,
Pegadinha do Mução, é uma febre em 25 capitais do país

A secretária da Receita Federal é a mãe do Mução? Ela diz que é mãe só do Rodrigo. Não é mãe do Mução porque a dele é muito xingada. Reclamou tanto que eu criei uma personagem, a Mãe do Mução, só para ser xingada no lugar dela.

Sua mãe tem apelido? Ela não gosta de fuleiragem. Não dá para mexer com esse pessoal da Receita, não. Mordida de leão dói. Aliás, leão é um bicho que tem muito mosquito no traseiro.

A secretária é brava assim? Meu espinhaço é que sabe. Se eu não estudasse, era peia. Eu tomava surra todo dia. Quando ela viajava e passava três dias fora, na volta, me dava três pisas só para tirar o atraso.

A vida dos contribuintes vai ser dura, então? Ela pede nota fiscal até de caixa de fósforos. É cascavel do rabo fino. Taí um bom apelido para ela.

Em sua família, alguém mais tem apelido? O do meu irmão, que é baixinho, é Pigmeu. O da minha irmã, que também é pequena, é Toquinha. O do meu pai é Zé Goteira. Acho que é porque ele gosta de tomar banho de bica.

E o seu qual é? Machinho da Mamãe.

Você fica bravo quando o chamam assim? Rapaz, apelido é igual a catarro. Se ficar com raiva, aí é que pega mesmo.